Por que criar um blog? Pra quem ler? Pra que se expor quando todos recebem outras exposições que muito mais lhes interessam? Mais que isso, blog de quê? Qual o nicho? Lifestyle? Qual lifestyle? Animes? Mas só? Filmes? Nem assisto tantos. Séries assisto mais, mas é o suficiente? Futebol, política, meu Praia Clube, o absurdo da existência, o átomo de Demócrito, as belezas das religiões, esoterismo? Por que não? Estações, tendências, velharias e mais coisas… Ok, acho que descobri o lifestyle, mas e quem é o ser vivo por trás desse estilo de viver? Também posso escrever sobre isso e, no final, sobre isso tudo pode ser. Mas por que criar um blog? Não importa quanto caminho seja trilhado nesse parágrafo, voltaremos ao início. É mais fácil admitir que não sei e ao mesmo tempo mais difícil, somos seres orgulhosos, admitir não saber é perigoso. E divertido. Talvez a resposta pra esse ineficiente porquê seja a mesma resposta para o porquê fatal: por que viver? Se os cansaços e sofrimentos são infinitos e os prazeres e alegrias efêmeras? Por que criar um blog? Pra tecer pedras em alto-mar.
Quando decidi criar um blog e depois decidi que esta decisão não poderia ser desdecidida, vivi semanas de tormento sobre o nome que ele receberia. Já havia desistido de ter nicho, não sirvo pra isso por mais que tente e nessa desistência a ideia que mais me chamou a atenção sempre foi 2πr; porque gosto da identidade que encontrei em pilataliyah e como falaria de tudo sem qualquer ciência ou primor técnico daria pitacos: ”pilataliyah pitacos” e o r podia ser tudo, né? Reviews, resumos, resenhas, reticências, registros, resignações, reflexões, resignificações, rascunhos, roteiros, repúdios, rezas, reiterações, risadas, novamente reticências. Por que a fórmula matemática? Porque tudo é cíclico, circular, tudo é 2πr. Seria o nome perfeito, não fosse o fato dessa tudologia circunferencial ser grande demais a ponto de esconder a pequena pilataliyah em toda sua giganteza de opiniões, gostos, nichos, tribos, orientações, etceteras e impressões que a tornam minúscula nas expressões, na busca do que existe de pilataliyah em meio a tudo que pilataliyah usa para se defender de tentar buscar o que é o eu excetuando o consumo, excetuando o artifício, excetuando o aprendizado, excetuando tudo que o eu aprendeu significar o que é eu. 2πr é tudo, tão tudo que pouco sobra pra identidade existente no profundo interior de tanta construção. pilataliyah. Não, não foi um erro de digitação letra minúscula depois do ponto, aqui é tudo minúsculo, porque a pilataliyah é pequena demais? Não, porque todas as letras têm o mesmo valor e todos os assuntos e a pilataliyah vale tanto quanto a circunferência, não é a circunferência que faz a pilataliyah, mas ambas fazem-se mutuamente e antes que se perguntem ou que eu me pergunte. Não, não acho uma má ideia fazer um blog pra falar sobre esse tudo assustador que apequena a pilataliyah, muito pelo contrário. Acho importante falar exaustivamente sobre a circunferência pra que por raros momentos possamos tocar no que existe de alma dentro do todo. E falar exaustivamente pra que os raros momentos se assomem até que a agulha eu possa ser encontrada em meio ao palheiro de tudo que o eu aprendeu, consumiu, produziu. E o que isso tem a ver com tecer pedras em alto-mar? Esse é o próprio tear.
pilataliyah. A personagem de League of Legends Taliyah + pirataria com o toque Maurício de Sousa de cebolinha, uma pirataria imperfeita… leia mais