Minha máquina do tempo. Hoje meu dia foi tomado por imprevistos e minha cabeça só pensava em música e decidi que hoje estrearia no blog minha versão eu falando sobre música e entrei tanto de cabeça nisso que descobri que preciso mergulhar mais ainda pra qualquer um dos dois assuntos musicais que dominaram minha mente nesse dia imprevisto.
Bora falar do top 1 então, né? Molly sells Molly by the seashore, música cuja autora não aparece no top 5 de artistas mais ouvidos e no top 5 temos Poppy, cantora cujas músicas não chegaram perto do top 5 também. A artista que me conquistou cantando “i wanna see boys in bikini too” e nunca mais parei de ouvir, mas não lembro dela chegar muitas vezes no meu top 5 e a música que ouvi em loop eterno na semana passada por amar aquela voz rasgada que conheci por causa de uma outra poética canção que no auge de sua poesia repete vinte e três vezes a frase “i fucked your mom”. O que tem a ver garotos de biquíni com mães sendo fodidas? Não sei, mas antes de Poppy querer ver garotos de biquíni também, ela canta ostensivamente sobre garotas de biquíni e narra uma variedade de estilos do vestuário impossíveis de contar em duas mãos e, sei lá, a mãe da outra música talvez usasse algum biquíni desses ou eu só esteja forçando alguma similaridade entre as músicas, não sei, só sei que Sorry, mom, possivelmente não usa esse nome de banda em homenagem à musica I fucked your mom, porque segundo a descrição da própria, não aconteceu nada ali pra se ter que pedir desculpas. Mas com ”Poppy” e ”Sorry, mom” dominando meus pensamentos, deixei as músicas aparecerem organicamente uma atrás da outra de acordo com a vontade algoritmico-divina e eis que surge Destroy Boys, nem lembro a música que veio, só o nome da banda e pensei “é isso”, destroy boys, o rock de verdade na atualidade é misândrico e só funciona se assim for. Mas depois pesquisei um pouco mais e ouvi mais atentamente e, exceto Sorry, Mom, não encontrei muita misandria nos outros (nos outros, porque nesse meio tempo minha cabeça já tinha acrescentado Baby Bugs na discussão). As letras de Poppy e Baby Bugs possuem um ódio muito direcionado à abusadores e manipuladores, mas não carregam a misandria que achei que carregassem em si (talvez o sentimento estivesse saindo de mim). Porém, outras coisas puderam ser observadas: Baby Bugs they/them, Poppy tem uma música chamada “am I a Girl?”, Sorry Mom escreve sua própria descrição como uma “punk queer band”. Juntei tudo isso a Onside e temos um veredito: o Rock bom é queer! Se não é queer em 2025, nem rock podemos chamar. Depois brisei horrores, pesquisei por horas, caí em buracos nunca antes navegados na internet e percebi que sim, quero afirmar que o Rock NECESSITA ser queer (ou no mínimo “woke”) pra existir qualquer coisa de rock no seu DNA em 2025. Mas pra afirmar isso vou precisar entrar em muitos outros buracos e fugir o mais longe possível do imperialismo (porque todos os artistas citados são de países imperialistas e não quero afirmar nada forte baseado no que acontece no inferno). E pra isso não poderia fazer esse texto hoje também, teria que deixar pra depois.
então acabou o que falar, vou só jogar a minha máquina do tempo aqui no blog e torcer pra ninguém perceber que Olivia Rodrigo não só está no meu top 1, como emplacou músicas nos meus top 3, 4 e 5 mais ouvidas. O que posso fazer se gosto tanto dessa estética de só letras minúsculas, né? O que posso fazer se Olivia Rodrigo é muito melhor que Sabrina Carpenter? O que posso fazer se Olivia Rodrigo facilmente escreveria o capital, enquanto nem em um milhão de anos Karl Marx conseguiria escrever Sour? O que posso fazer se Lenin sonha que “há décadas em que nada acontece e semanas em que décadas acontecem” fosse uma frase tão revolucionária quanto “now you can be a better man for your brand new girl? O que posso fazer, não é mesmo? Só me resta torcer pra que ninguém descubra o quanto gosto de Olivia Rodrigo e, se descobrirem, digo que ela apareceu no meu top 1 como premonição da vitória de Tagle no Conclave (já que ela é 1/4 filipina), aí pra isso Tagle vai ter que ganhar, por isso convoco todos: mutirão pra votar Tagle novo papa, saindo na minha Fiorino semana que vem lá da Igreja Matriz.