hoje voltei para a low carb e como primeiro grande drama da nova era preciso fazer um testamento de tudo que planejei escrever e ainda não consegui, porque como ainda é inverno, meu coração anda tendo problemas ultimamente e a low carb é um atentado contra nossa saúde cardiovascular, vamos nos precaver. espero que nada me ocorra, mas se me ocorrer terminem o que nem comecei, conto com vocês, família.
artigo admirável show maldito:
meu inverno de 2025 foi marcado principalmente pela minha reconexão com a banda uruguaia el cuarteto de nos (que emplacou 9 músicas no meu top 10 mais ouvidas de agosto e já havia dominado consideravelmente meu julho), ouvi exaustivamente e, a princípio, só me via ali, até que ao matricular-me de última hora nas disciplinas que se complementam da Amanda, parei de me ver e vi a humanidade. o álbum lamina once daria uma dissertação de centenas de páginas, começando pelo seu próprio título remetendo às dez lâminas de Rorschach e como a voz que narra o album vivendo uma crise existencial por se considerar imensurável em apenas 10 lâminas que traçam os perfis psicológicos de toda a raça humana. bem, não é só o narrador que é imensurável, todo nosso tempo é. a ideia da possível dissertação é partir de kierkegaard até o grande boom da psicologia na virada de séculos e fazer uma vasta análise de toda a revolução literária acontecida nesse período entre meados dos 1800 e meados dos 1900, pontuando todo o papel da psicologia no que se tornou a época onde tudo foi experimentado e nada parece mais possível de ser criado na literatura. a ideia é discorrer sobre esse sentimento de impotência perante o fim da possibilidade de criação, enquanto análises de várias obras desse período são feitas relacionadas às canções do album uruguaio.
não tão pretensioso quanto o projeto da extensa dissertação, surgiu a ideia de fazer um artigo comparando admirável mundo novo de Aldous huxley e maldito show, uma das músicas mais assustadoramente atuais da banda uruguaia. neste paralelo, eu falaria sobre os grandes acertos de huxley em relação ao caminho que estamos tomando, enquanto sociedade do — na letra da canção — “bienestar por encima del bien o el mal”; e pontuando o lapso do autor, que em 1932 não poderia prever os avanços tecnológicos de comunicação que vivemos, mas mesmo assim com seu ponto de vista focado na biologia e no utilitarismo, conseguiu chegar bem perto do que vivemos hoje, não por culpa do fordismo ou de biólogos insanos (apesar de muitas bizarrices ainda acontecerem nestes dois aspectos), mas por culpa do que hoje conhecemos como vale do silício e a sua adoração não ao deus ford, mas ao deus aceleracionismo; pela sua manipulação que não ataca óvulos fecundados em laboratório, mas que transformam humanos em dados e os comercializam sem comprar qualquer direito por isso.
“¿quien nos condenó sin poder decir no a participar de este maldito show?” a frase que me mais me empolgou a escrever esse artigo, sem dúvidas foi essa, porque o show algorítmico que vivemos é uma impossibilidade de fugir, mesmo que nos isolemos ele sempre nos alcançará, “como cualquier divinidad”, “y será hereje el que no quiera comulgar en su altar”. como recentemente pudemos ver na prática com a denúncia do youtuber felca sobre a adultização, onde pais usam os filhos pra lucrar em cima de gostos depravados. mas isso é apenas um dos extremos onde a situação pode chegar e só “hitou” porque escalou muitos e muitos anos anuviado pela divindade tecnológica algorítmica do bem estar. por exemplo, hoje recebo diariamente e-mails de uma universidade federal propondo ensinar a utilizar inteligência artificial para se destacar no mercado de trabalho, ao invés de condenar veementemente uma tecnologia que já possui mortes ocasionadas em decorrência de sua irresponsabilidade maquinal, ao invés de condenar uma tecnologia que precisa que o mundo seja desolado a velocidades nunca antes imaginadas pela humanidade, ao invés de se posicionar contra, os centros acadêmicos falam que “precisamos aprender a utilizar a tecnologia a nosso favor” e que “não se luta contra o progresso”, ou seja, chamam hereges aqueles que se atrevem a recusar radicalmente a divindade que veio ao mundo para acelerar o final.
entreter, divertir, anestesiar, continuar, distrair, seduzir, doutrinar e faturar. verbos no infinitivo que, primitivamente, desenham a base do admirável mundo novo de huxley, o maldito show de el cuarteto de nos e a nossa atualidade. verbos que rimam (em espanhol) e são sinônimos e antônimos ao mesmo tempo, porque o entretenimento é uma distração, mas ser entretido é bom, ser distraído é ser enganado; a diversão é sedutora, mas ser divertido é bom, ser seduzido é uma passividade perigosa, sem controle; a doutrinação é anestesiante, mas doutrinados são aqueles, no senso comum, sem capacidade de ter suas próprias opiniões, anestesiados, os que não sentem dor; a continuação do show é seu faturamento eterno, mas o show que tem que continuar, nos permite vislumbrar ir até paris e arrasar no olimpia, enquanto ser faturado é ser liquidado.
isso é apenas um resumo, espero conseguir dar vida a este artigo neste setembro, caso não consiga, usem esta base para o fazer.
2048
depois de assistir centenas de horas de reacts e podcasts com incríveis personalidades da direita brasileira, quis muito escrever meu próprio 1984, porém ao contrário de orwell, a história seria uma piada com os nossos queridos “censurados”, nossas vítimas eternas do fim da “liberdade de expressão”. a ideia inicial era escrever um dom quixote no mundo de 1984, onde o protagonista fugiria de uma ditadura inexistente e travaria importantes batalhas contra o dragão bíblico de sete cabeças e dez chifres que, tal qual os gigantes moinhos de vento, seriam mamadeiras de pirocas. comecei 2023 com essa ideia em mente e quase consegui finalizar o projeto mesmo fazendo uma ousada adaptação depois de ler A festa de ivan angêlo e decidir que queria fazer minha história fragmentada em capítulos muito destoantes dos anteriores. fiz uma paródia completa do doente imaginário de moliére, escrevi um capítulo de react e outro de podcast, escrevi mais um pouco de cada parte dos outros remendos necessários para dar liga à história, mas me perdi e ainda não encontrei em como achar as ligas finais. porém tenho fé que é um texto muito divertido se você não se acha censurado pelo sistema, é um texto divertido para quem não acorda domingo as 6 da manhã pra fazer um b.o. contra alexandre de moraes, pra quem sabe que não existe censura alguma hoje no brasil e que o humor não pode ser blindado de responder judicialmente por crimes cometidos.
flecha do vazio
um texto infanto-juvenil de ação e aventura que se perdeu na minha mente fissurada na luta anti-divina e anti-autoral.
o início da produção dessa história se deu enquanto um desafio bobo de aleatoriedade, não me lembro mais de quem são as respostas, mas perguntei pra várias pessoas com quem convivia na época sobre tudo, o tema, o título, o mundo, o nome dos personagens, etc. o começo de tudo minha mãe só daria vida a infinitas aleatoriedades e faria elas viverem uma grande aventura. foi assim que puck se tornou meu protagonista e teofilo euclides o professor, que hayley e ximena as personagens femininas de destaque e esqueci o nome do melhor amigo de puck. foi assim que puck precisaria viajar pela galáxia em busca do amor, um sentimento proibido nesta distopia. e então veio eu, e puck não era mais protagonista, porque eu gostava muito mais da hayley, então dividiria o protagonismo entre todos os personagens da tripulação intergaláctica, depois seriam só os dois mesmo. o professor também seria o vilão final, apesar de morrer no primeiro arco. porque afinal, ele é deus, o autor, quem escreveu todos os passos que hayley e puck deveriam dar naquele mundo para descobrir o amor, não só enquanto sentimento, mas enquanto revolução e só após matar deus, após matar o autor que eles poderiam escrever suas próprias histórias. (e tudo seria uma simulação de computador para prepará-los para a verdadeira guerra no nosso próprio mundo, inclusive essa pegada isekai foi o que me fez desistir de continuar escrevendo, porque odeio isekais, mas quem sabe alguém possa corrigir, ou eu mesmo, sei lá).
dzet eseé
o começo da minha jornada escrevendo e também uma jornada para matarmos deus e o autor (será que sou suicida?).
aqui a ideia era basicamente que uma pessoa em coma tentando se entreter, cria deuses e os manda criar mundos e no décimo sétimo mundo, os deuses e seus personagens irão se rebelar contra o criador inicial. apesar de ter escrito e reescrito isso diversas vezes e de maneiras diferentes, nunca consegui dizer que o tema é essa luta contra deus, porque esse era o plot final e nunca passei do início em suas muitas versões, e nem sei se quero chegar tão longe, só fico triste porque me afeiçoei com todos os personagens. eles eram anagramas das pessoas que eu convivia na época ou os nomes que eu batizava meus objetos (como a chuteira lamnieka). apesar de hoje eu achar o plot final anti-climático e paia, acredito que o meio de suas várias histórias dariam grandes aventuras, mas minha originalidade em nomes e loucuras, acabou não sendo tão original, já que meu sistema de poder era muito similar ao de hunterxhunter, a história de alguns personagens era repaginações de naruto, e tinham muitas inspirações quase plágios. quem sabe dá pra salvar alguma coisa, mas creio que seja difícil.
alexa nark
o punk rock não morreu e alexa nark é a prova disso, ou seria se ela existisse.
essa história comecei a escrever para se tornar uma hq, escrevi 12 músicas, fiz todo o plot de uma banda punk fazendo baderna por aí, mas caí numa luta contra deuses de novo e não faço ideia de como me desvencilhar disso, já que o antagonista principal do primeiro arco é Agamenon, enquanto patrono da cultura ocidental. gosto muito das minhas músicas e da evolução dos personagens, e nada disso seria possível sem o plot divino, quem sabe tem como arrumar, vou fazer um post exclusivo de alexa nark depois deixando as músicas expostas e falando um pouco sobre as ideias e meu principal erro: estrangeirar demais.
cinzas
este não tem nome definido e foi muito pouco trabalhado. a ideia nasce de um podcast com um conspirador de direita falando da existência de crianças cinzentas chinesas que se infiltram no ocidente pra ruir o norte global (dei risadas exaustivas escrevendo isso). porém uso o termo de maneira alternativa, porque quis escrever essa história pra participar de um concurso da amazon e quis colocar uma armadilha. inspirado em gintama (que narra europeus, enquanto alienígenas invadindo o japão), quis contar a história da coreia popular disfarçada, usando o brasil como referência. e enquanto eu faria minha armadilha, colocaria crianças cinzentas para a reunificação do brasil (que seria desmembrado devido à invasão alienígena). tá tudo bem cru ainda, mas espero um dia conseguir fazer algo com isso, se eu não conseguir, façam.
volto com a parte 2